quinta-feira, 6 de junho de 2013

Capítulo 31 - Dia de Gorda

POV Carol

Brasil, Rio de Janeiro, 29 de novembro.

Acordei com meu celular vibrando, avisando que havia uma nova mensagem. Abri e vi que era do Zayn, estava escrito "Hey, bom dia. Já faz um tempo que eu não te mando mensagens, não é mesmo? Eu preciso muito falar com você, por favor. Já faz dois meses que não nos falamos, deixa eu explicar o que aconteceu." Ele me mandou mensagens todos os dias desde que chegamos aqui por mais ou menos um mês, mas eu nunca respondia. Acho que ele se cansou. Mas agora me mandou outra, sei lá, eu tenho vontade de conversar com o Zayn, ele foi um ótimo amigo. Não sei o que eu faço. Me levantei da cama, fiz minha higiene e troquei de roupa:



Abri meu notebook e entrei no meu e-mail. Estava cheio de mensagens do Zayn, mandadas hoje. Abri algumas e vi que estavam escritas exatamente a mesma coisa em cada uma delas, garoto irritante. Sorri ao ver todas aquelas mensagens mas logo meu sorriso sumiu, quando me lembrei do motivo pelo qual não converso mais com ele. "O que você tem de tão importante pra falar comigo Zayn?" Pensei um pouco e cliquei no botão de enviar. Eu não queria conversar com ele, mas tava me fazendo tanta falta. Não demorou muito para meu telefone tocar e, obviamente, era Zayn.

Ligação On

- Alô? Carol??? - Ele perguntou, parecia desesperado.
- Oi Zayn. - Respondi seca.
- Nossa, não acredito que você realmente me respondeu. Depois de todo esse tempo, eu comecei a perder as esperanças. - Ele falou, aliviado.
- Então por que me mandou outra mensagem depois de um mês sem mandar nada? - Questionei.
- Porque eu tentei te dar um tempo para ver se sentia a minha falta, se me procurava. Mas como não fez isso, resolvi te procurar de novo.
- Hm. - Falei.
- Como você tá? - Ele me perguntou.
- Eu estou muito bem. E você?
- Você sabe que eu não tô bem. - Ele respondeu. É verdade, dava pra perceber na voz dele. - Carol, eu preciso que me ajude.
- Com o quê? - Perguntei.
- Com a Cacau. Eu não tiro ela da cabeça, não teve um dia que não pensei nela, que não me senti idiota por não ter contado pra ela o que aconteceu. E como se perder ela já não fosse o suficiente, você também não quer saber mais de mim. - Ele falou.
- O que vocês fizeram foi muito errado. - Respondi.
- Eu sei, me desculpa. Por favor, eu preciso da sua ajuda. Nesses dois meses, eu fiquei com algumas meninas, pra tentar tirar a Cacau da cabeça, mas não adiantou nada. Ela ainda é tudo o que eu quero, nenhuma outra menina é como ela. Me ajuda. Eu preciso dela de volta. - Ele falou. Senti um sorriso começando a crescer em meus lábios. Aquilo era verdade, eu tenho certeza. O Zayn realmente ama a Cacau.
- Tudo bem, o que eu tenho que fazer? - Falei rindo.
- Sério? É sério mesmo? Você vai me ajudar?! - Ele me perguntou, incrédulo.
- Sim, é sério. Eu acredito em você, Zayn. - Respondi.

Continuamos conversando e decidimos que Zayn escreveria uma carta anônima para a Cacau e eu entregaria na casa dela. Ele me mandaria por e-mail ou alguma coisa assim, depois iríamos decidir isso. Da minha janela, vi Sofi e Cacau chegando em frente a minha casa, então me despedi do Zayn e desliguei o telefone.

Ligação Off


Desci as escadas e vi as meninas entrando pela porta da frente. Cacau estava assim:

E Sofi assim:

Eu não contaria nada sobre a minha conversa com o Zayn, pelo menos agora não.
- Bom dia! - Sofi falou.
- Bom dia gente. - Respondi, me jogando em um dos sofás da sala.
- Sabe que dia é hoje? - Cacau perguntou.
- Não faço ideia... - Respondi.
- Pensa! - Sofi falou. - Um dia que nós três comemoramos juntas todo ano, comendo o dia inteiro...
- DIA DE GORDA! - Falei, me jogando em cima das duas no sofá em que elas estavam.
- SAI DE CIMA DE MIM, BALEIA! - Cacau me empurrou.
- Quanta violência, gordinha. - Respondi.
- Me ame menos. - Ela disse.
- Não dá, coisa fofa. - Falei, apertando as bochechas dela até ficarem vermelhas. - Então, vamos comer! - Fomos direto pra cozinha e começamos a fazer brigadeiro e bolo de chocolate, a Dona Luisa estava ajudando a gente, porque se não íamos fazer um estrago na cozinha. Preparamos mais algumas coisas (ou pelo menos tentamos) e colocamos tudo na geladeira. Pegamos refrigerante, brigadeiro e chips e subimos para o meu quarto. Nós três nos sentamos na minha cama, abrimos tudo e começamos a comer. O nosso Dia de Gorda era basicamente isso, ficávamos juntas, conversando e comendo muito o dia inteiro. Era como qualquer outro dia normal quando estávamos nós três, só colocamos um nome pra fingir ser feriado.
- Sabe o que eu queria agora? - Sofi perguntou.
- Uma rosquinha de chocolate? - Tentei adivinhar.
- Não. - Ela falou.
- Um brigadeiro delicioso? - Cacau tentou adivinhar também.
- Deixa de ser sonsa, eu já estou comendo brigadeiro. - Sofi respondeu, dando um tapa na testa da Cacau.
- Então o que é? - Perguntei.
- Chá gelado! - Sofi falou sorridente e eu fiz cara de brava pra ela, depois me joguei na cama.
- O que foi? - Ela me perguntou. Encarei ela com cara de óbvio. - Aaaaaah tá, nossa, desculpa Carol. Nem percebi. - Ela falou, só aí se lembrando de como eu conheci o Harry.
- Não, tá tudo bem. - Suspirei. - Como se eu tivesse mesmo esquecido do Harry nesse tempo que estamos longe né...
- Mas pra você é mais fácil né Carol, vocês só deram um tempo. - Cacau falou.
- Bom, eu não achei necessário terminar tudo. Eu acreditei nele quando me contou o que aconteceu, eu ainda amo ele. Eu só precisava de um tempo para pensar se era isso mesmo que eu queria. - Expliquei.
- Ah, de vez em quando eu também tento acreditar que nada disso foi verdade, mas é tão difícil. - Sofi falou.
- É, você sabe que eles usaram a gente, Carol. Nem adianta. - Cacau falou.
- Eu acredito na história de que era pra ser só marketing, mas eu não acho que eles fingiram tudo isso esse tempo todo. Eu não consigo acreditar mesmo. - Falei.
- Eu queria pensar assim. - Cacau falou.
- É, eu também. - Sofi disse e suspirou.

Ficamos caladas alguns minutos, até que Sofi quebrou o silêncio.
- Que saudades de Londres. - Ela disse, olhando para o teto.
- E de Ibiza também. - Cacau completou.
- E de Paris! - Falamos juntas.
- Quem imaginaria que tanta coisa aconteceria em um verão em Londres. - Falei.
- Isso é verdade, e nada teria acontecido se não tivéssemos conhecido os meninos né? - Sofi completou.
- Por esse lado vocês têm razão. Foi muito mais do que eu esperava. - Cacau falou.
- Mesmo com toda essa história, eu não me arrependo de nenhum momento que passei ao lado deles. - Sofi falou.
- Ah, mas agora nós temos que esquecer eles, Sofi. O que eles fizeram foi muito errado. A Carol é a única que ainda pode pensar neles desse jeito, afinal, ela e o Harry não terminaram. - Cacau falou.
- Carol, como você tá com o Pedro? - Sofi me perguntou, me fazendo arregalar os olhos.
- Como assim? - Perguntei.
- Ué, não sei. Quero saber. Vocês vivem saindo juntos agora.
- Nada a ver gente! - Falei.
- Tudo a ver, Zita (ela me chamava assim desde pequena). - Cacau falou.
- Ó, ele é meu amigo.
- Acho que alguém tá esquecendo o Harry. - Sofi cantarolou baixo, mas de propósito para eu escutar.
- Cala a boca, Sofi! - Joguei um travesseiro nela, fazendo com que ela derrubasse chips na cama toda.

Começamos a rir e quando eu percebi, tinha sido acertada por um travesseiro que fez o meu cabelo ficar uma bagunça. Olhei para a Cacau e ela estava com cara de criança quando faz alguma coisa que não devia ter feito. Sofi estava rindo loucamente do meu cabelo.
- Ah, então vocês querem brincar né? - Falei, fazendo um coque mal arrumado no meu cabelo e pegando um travesseiro para acertar na Cacau. - GERRA DE TRAVESSEIROS! - Gritei, acertando a Cacau, fazendo ela quase cair da cama.

Sofi levantou num pulo, pegou um travesseiro e acertou Cacau, que estava do lado dela, e depois jogou o travesseiro em mim. Ficamos nos acertando e fazendo bagunça pelo quarto (sem quebrar nada, graças a Deus) até minha mãe entrar no quarto.
- Opa, o que é isso? - Ela falou rindo.
- Ah, oi tia. - Cacau falou, suspirando alto e se jogando na minha cama.
- Bom, só vim pra ver como vocês estão, mas pelo jeito estão muito bem. - Minha mãe falou.
- É, acho que sim. -Sofi falou, dando um gole no seu refrigerante.
- Então tudo bem, aproveitem o "feriado". - Minha mãe sabia sobre o Dia de Gorda.
- Obrigada mamãe linda. - Falei, arrumando meu cabelo novamente.

Minha mãe saiu do quarto e fechou a porta. Voltamos a comer, sem jogar travesseiros. Coloquei um filme qualquer e ficamos assistindo e comendo. Eu não prestava muita atenção, só pensava na minha conversa com o Zayn. Sei lá, acho que não vou falar nada com a Cacau mesmo não. Ela não ia ficar feliz se soubesse, mas eu quero muito ajudar o Zayn. Ele tá sofrendo com o término deles, não acredito que ele possa ter usado ela esse tempo todo. Ele não insistiria tanto para voltar ela se não a amasse. Por isso não vou falar nada, é melhor eu deixar as coisas do jeito que estão. Quando chegar a hora certa eu conto para ela. O filme terminou e eu nem percebi. Sofi levantou da cama e desligou a televisão e eu ainda estava viajando.

- Carol? - Cacau colocou o rosto na minha frente. - CAROL! - Ela gritou, me tirando do transe.
- No que tava pensando menina doida? - Sofi perguntou.
- É... nada, nada. - Falei, chacoalhando a cabeça e me levantando da cama.
- Então, vamos ver outro filme? - Sofi perguntou, segurando algumas capas de DVD nas mãos.
- Tudo bem. - Falei e Cacau concordou.

Sofi colocou o filme para passar e dessa vez eu assisti. Era um filme romântico, e Cacau quase matou ela por isso. No fim do filme, o cara morria e a Sofi (lê-se: senhorita emotiva) estava chorando rios.
- Vai um balde aí Sofi? - Cacau perguntou, me fazendo rir.
- Cala a boca, você não vai querer começar outra guerra de travesseiros não é mesmo? - Sofi falou, limpando as lágrimas. Me levantei e tirei o filme do aparelho de DVD.


Descemos para a cozinha e terminamos de preparar as outras coisas que tínhamos deixado na geladeira. Ficamos conversando, tirando fotos e contando fofocas (é isso que amigas fazem, bjs). Depois de algumas horas, ficamos com fome de novo, afinal, era dia de gorda né. Pegamos as coisas que tínhamos terminado de preparar e fomos comer. As meninas ficaram lá em casa até anoitecer, depois cada uma foi para a sua casa, que não era muito longe da minha. Assim que elas foram embora, peguei meu pijama e fui tomar um banho quente. Fiquei me sentindo muito mal por esconder da Cacau que eu voltei a conversar com o Zayn. Mas se eu contar pra ela, vou ter que falar sobre a carta que ele vai enviar, e isso ela não pode saber. Tem que ser surpresa, porque se ela souber, não vai querer ler. Minha mãe bateu na porta e perguntou se estava tudo bem, e só aí percebi que já fazia muito tempo que eu estava no banho. Respondi com um "Sim mãe, tá tudo bem." e saí do banho. Coloquei meu pijama e deitei na minha cama. Peguei meu notebook e fiquei vendo minhas fotos com o Harry, que eu não apago por nada. Eu estava com saudades dele, muitas saudades. Desliguei meu notebook e adormeci.

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